12.24.2008

repetindo a tradição...

... o postal de Natal enviado aos amigos é protagonizado pela imbatível dupla hoops & yoyo.
(click on image)






12.23.2008

12.15.2008

"ninguém é proprietário da esquerda"

...afirmou Manuel Alegre na sessão de encerramento do fórum “Democracia e serviços públicos”, em Lisboa, patrocinado por si, pelo Bloco de Esquerda (BE), renovadores comunistas e independentes (aqui e aqui mais coisas sobre o assunto).

Manuel Alegre defendeu uma "alternativa de esquerda" que "vá a votos", uma "reconfiguração da esquerda" .
“Mas esse é o novo tabu que é preciso quebrar. A reconfiguração da esquerda implica a capacidade e a vontade de construir uma perspectiva alternativa de poder”.
Isto diz tudo o necessário. Acredito mesmo que encerra o âmago da questão. E que este homem verbalizou com exactidão.

Depois tiram-me do sério as extrapolações que se fazem do que foi dito, arrepios instintivos do animal político que existe nalgumas almas. Umas leituras tentam ver por trás das palavras ou questionam a fragilidade da posição de Alegre.
A humilde leitura que faço de algumas leituras, assim mesmo reiterando o pleonasmo, é que se soltam as garras de meninos-socialistas-muito-modernos-e-que-até-mandam-vir-imenso-mas-que-rosnam-logo-à-mínima-afronta-ao-status-quo. Outros demoraram mais, aparentemente porque estiveram destacados correspondendo a partir da Grécia.

I cannot live without my life. I cannot live without my soul.

Gosto particularmente desta adaptação de Peter Kosminsky do clássico de Emily Brontë.
Excelentes interpretações, fotografia soberba e banda sonora pelo mestre Ryuichi Sakamoto.

Wuthering Heights (1992)

serviço público

O Projecto Gutenberg é um esforço voluntário para digitalizar, arquivar e distribuir obras culturais através da digitalização de livros. Fundado em 1971, é a mais antiga biblioteca digital. A maioria dos itens no seu acervo são textos completos de livros em domínio público. O projecto tenta torná-los tão livres quanto possível, em formatos duradouros e abertos, que possam ser usados em praticamente quaisquer computadores.


fonte - Wikipédia









Um piqueno contributo ao programa LER +
Não há desculpas com 100.000 títulos por onde escolher...

12.12.2008

Passos Coelho = Obama português?

Aquando das últimas eleições para a presidência do PSD, pensei que a haver "perigo" para a esquerda, era Manuela Ferreira Leite. Com experiência governativa e postura thatcheriana de que os portugueses ainda têm memória, perfil discreto mas impositivo, pareceu-me que partia com larga vantagem. E ganhou. Mas desse embate talvez se lembrem deste jovem, Pedro Passos Coelho, 44 anos e licenciado em Economia pela Lusíada. Obama frequentou Ciências Políticas e Direito e tem 47 anos. Partilham os factos de serem do signo Leão, terem-se ambos defrontado dentro dos respectivos partidos contra uma mulher e dos seus adversários insistirem na inexperiência governativa. No caso de Obama isso revelou-se não ser determinante.

Quanto ao facto de serem políticamente antagónicos, isso é uma minudência e não interessa nada para aqui. Passemos então a uma constatação evidente, Pedro não é preto. Isso não quer dizer que não faça parte de uma minoria, no caso, a dos branquelas betos a atirar para o louro. Poder-se-ia dizer que é um exemplar ariano, mas isso seria politicamente incorrecto. Como no caso de Obama, nem eles nem os rivais tocam no assunto, isto é, a raça é algo que permanece subliminar, sem ser nunca pronunciado, mas obviamente omnipresente. Depois temos de assumir que o moço é cheio de charme, atrevo-me, mais do que o Sócrates. Mas é preciso mais do que uma carinha laroca e Pedro tem disso consciência (apesar de saber que a carinha ajuda), revela bons dotes de oratória, um discurso coerente, que precisa de ser trabalhado, mas uma boa base moldável. E, sinceramente, não me parece oco nem estúpido. Uma grande vantagem, que é equiparável a Obama, é que se sabe pouco acerca dele e nunca nada ligado a escândalos. Simon Critchley considera que as massas aderiram a Obama porque ele é de alguma forma opaco, enigmático. É como um ecrã branco onde cada um projecta o que quer ver. Esta descrição é genial e absolutamente certeira, mas terá o menino Pedrinho a mesma capacidade?

Quanto à vida política de cada um , sabemos que Obama foi líder comunitário e professor de direito constitucional, eleito para o senador de Illinois e mais tarde para o Senado dos EUA pelo mesmo estado. Pedro Passos Coelho foi líder da JSD, deputado na Assembleia da República pelo PSD, candidato à Presidência da Câmara Municial da Amadora, vereador na mesma edilidade, ocupando actualmente o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Vila Real, cidade onde se instalou a sua família ao voltar de Angola.

Engane-se quem pensa que por ter perdido as eleições no seio social-democrata, ele esteja momentâneamente fora de jogo. Pelo contrário, mantém-se activo a pensar Portugal, como atesta a plataforma de reflexão política criada por Pedro Passos Coelho, "Construir Ideias", que promoveu um jantar/debate sobre a crise internacional, tendo como convidados João Salgueiro e Daniel Bessa, estando outros já agendados. O debate foi transmitido em directo por vários blogues e essa novidade é extremamente importante. Como bem refere Paulo Querido, o Pedro precisa de alavancar apoios nas novas gerações, sendo a internet um veículo obrigatório. Se fosse eu, rodeava-me de um excelente staff, uma equipa jovem, dinâmica e leal e apurava o instinto político que ele me parece já ter. Concentrava-me nas bases mas, sobretudo, nos jovens e nas virtuais redes sociais, esperando que adviesse um efeito multiplicador e agregador. Pensaria ser uma solução para o país, mais do que para o PSD. Optaria por um discurso positivo e entusiasmante, um yes we can que os portugueses compreendessem e alinhassem, sem tapar o sol com a peneira, dado que são essenciais reformas. Aqui piscaria o olho ao centro-esquerda, ao não descurar medidas de política social.

Outro dado que pode ser aqui relevante é que cada vez maior número de eleitores se sente desmotivado e descrente dos partidos do costume. Isso pode explicar o elevado número de novos movimentos cívicos com aspiração a partidos, assentes em valores de transparência, mérito, responsabilidade cívica e social, etc... Leva a crer que os portugueses começam a ficar muito cansados dos partidos e políticos que têm e isso abre uma brecha para o surgimento de alguém novo, jovem, diferente, impoluto e capaz de mobilizar massas.

Neste momento a batata quente está do lado da líder do PSD, que tem feito a figura que se sabe. É um chorrilho de disparates, que ecoam sem fim na comunicação social e desgatam a sua imagem. Pedro Passos Coelho está por isso atento e à espreita. Se capitalizar as vantagens que possui e souber apanhar a "maré Obama", é provável que se ouça falar dele, e muito.


12.11.2008

tumbas da net

Às vezes, enquanto googlo, deparo-me com páginas que não consigo catalogar . Nos meus favoritos tenho uma pasta chamada "tretas", mas ainda assim há coisas que ali não se encaixam. Para essa categoria tão especial, decidi criar um Tumba ou baú dos tesourinhos deprimentes, versão net.
Para o arranque desta coluna deixo-vos algo catita.

12.10.2008

dedicado às Postereo Babes













Lembram-se disto?

Então e poder brincar às bonecas connosco e trapinhos da HM?
Escolher cabelo, corte, altura, peso, formato do corpo e seguir para o provador virtual a experimentar toilettes.
Tudo sossegadinha sem o veste/despe e a canseira de ir às compras, leva-me a considerar este como um site de elevado um índice de utilidade. :-))

12.09.2008

Tenho andado desatenta à metereologia




Assim explico o centro de baixas pressões
que se instalou na minha alma por estes dias.

trivial pursuit

Dizem-me que o meu nome em japonês é ARIDOARIKATOKA.
Livra!

12.07.2008

wish list for christmas

Bastavam 2 horas. Com um bijoux assim numa pista deserta. Não fazia nada disto mas divertia-me pa caraí!
Agora, este gajo sim, rules!!

Ken Block - Subaru STI Gymkhana Practice

constatação sazonal


Já tinha saudades do meu edredon.




"e nós só não fazemos estas figuras porque ela não deixa, minhau!"
Ingrid e Shiva comentando a foto.

isto é que é ser visionário

"I believe that banking institutions are more dangerous to our liberties than standing armies. If the American people ever allow private banks to control the issue of their currency, first by inflation, then by deflation, the banks and corporations that will grow up around the banks will deprive the people of all property until their children wake-up homeless on the continent their fathers conquered." Thomas Jefferson, 1802

12.05.2008

este senhor é conselheiro...hum... do quê, mesmo?

Dias Loureiro e Jorge Coelho accionistas de gestora de um fundo financiado por fraude ao IVA

Convenhamos que, depois desta, cai-se na piadola fácil. Do tipo "ah, agora já sei o que ele fazia em Belém" ou "filho, a vida tá dificil pra todos até pró Cavaco..."

12.04.2008

pause, erase & start over

A "Avaliação" começa a ser outra causa facturante e parece-me que há culpas de ambas as partes.
O discurso que se alguém ceder nunca mais há retorno é tramado e falacioso.
Devemos aprender alguma coisa com a história e para ilustrar isto vou lembrar outro caso na Educação, o das propinas. Até certa altura o valor que os alunos do ensino superior público pagavam era irrisório e teve o prof. Cavaco a brilhante ideia de estabelecer um sistema de pagamento por escalões, baseado nos rendimentos declarados dos agregados familiares. Estalou a luta estudantil , o slogan “não pagamos”, a coisa meteu polícia de choque, cargas de porrada e tremenda polémica. Parte da sociedade achava que os estudantes eram uns mamões que queriam um canudo à borla. Os estudantes rebatiam com direito constitucionalmente consagrado de educação gratuita e com a injustiça dos escalões. A coisa foi rolando em crescendo até que o governo mudou e a primeira medida de Guterres foi suspender o diploma. Voltou a calmaria, os estudantes desmobilizaram. Tempos depois foi instaurado outro sistema, que indexava o valor das propinas a um salário mínimo. Toda a gente comia por igual e o argumento da injustiça dos escalões foi eliminado. Também houve constestação, é certo, mas esse sistema vingou até porque, supostamente, o valor das propinas serviria para financiar a melhoria das condições nas universidades e não para despesas correntes, o que era algo positivo.

Moral desta história: uma suspensão não implica que não se consiga prosseguir uma reforma. A suspensão da avaliação nos moldes actuais, neste ponto do campeonato, pacificaria a comunidade escolar, mais ainda se rolasse a cabeça da ministra. Vinha outra cabeça, com outra postura (isto é essencial), reviam-se os aspectos onde esta avaliação é de facto injusta, chamavam-se os sindicatos e punha-se uma cenoura à frente dos profs. Por exemplo, em vez de haver quotas para as notas das avaliações, haver x número de vagas na progressão e os melhores é que trepam. Às vezes basta mudar a forma como se põem as coisas.

Até agora a classe estava muito bem, com progressões automáticas que só subvertem o sistema, ao nivelar todos por baixo, eliminando qualquer pretensão de excelência no ensino. É óbvio que para isso mudar não é com um sistema imposto, repleto de burocracias e falhas. Tem de se lhes retirar esse argumento, de modo a limitar a contestação áqueles que não querem avaliação de todo, o que o eu acredito que não seja a maioria.
Basta que tenham qualquer coisa a ganhar e não só a perder.
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(deriva de um comentário que fiz ontem no 5dias)

esta não custa nada

Aproveitando a maré do espírito natalício, esta acção é gratuita e também ajuda.

Simples gestos fazem a diferença
Ao aderir ao projecto de Recolha de Óleos Alimentares Usados não só evita a poluição da água como está a transformar o óleo em Biodiesel, uma fonte renovável de energia que diminui as emissões de CO2. Além disso, cada litro de óleo será transformado num donativo para ajudar a AMI na luta contra a exclusão social em Portugal.



Locais aderentes em S. Miguel
Sociedade de restauração Lda - Rua da Juventude 38 C.C. Parque Atlantico Loja 1003
Ocean Side Pizzaria - Estrada Regional do Populo nº15 r/c9500-609 Ponta Delgada
Zalala Snack-Bar - Praça D. Pedro IV nº39500-454 Ponta Delgada
Santa Casa da Misericordia da Ribeira Grande - Rua Nossa Srª da Conceiçao, 84
Paulo D.C. Leite - Largo do Jardim Municipal, Lagoa
Helder Ponte "Central do Petisco" - Travessa da Praça nº03A9560-123 S. Cruz Lagoa
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(via jugular)

12.03.2008

a loja que vende esperança


Há sempre alguém a quem não fazemos a mínima ideia do que ofertar pela quadra natalícia. Então e se em vez de deixar no sapatinho uma bugiganga qualquer, que ainda por cima dá um trabalhão a encontrar, optar por um genuíno acto solidário?
A Cruz Vermelha teve a brilhante ideia de substituir o costumeiro peditório por uma loja que vende esperança, no Dolce Vita Monumental, em Lisboa.
O conceito é simples e muito interessante, compram-se vouchers dedicados a uma de quatro causas: socorrismo de proximidade, idosos e dependentes, teleassistência e crianças e jovens. Os vouchers estão expostos em cabides e existem nos tamanhos S, M e L que correspondem a valores de 5€, 10€ e 15€ respectivamente. Existem "provadores", equipados com um televisor e video que fornecem informações sobre cada uma das causas. Bem visto, não é?
Pode-se igualmente adquirir os vouchers on-line e no mesmo site está um pequeno filme em 3D que apresenta a loja. Vamos lá a clicar e oferecer esperança uns aos outros. Eu cá estou muito farta de consumismos fúteis!

12.02.2008

é o bicho, é o bicho

Há alturas em que gostava que o continente estivesse mais próximo. Mas ao ver os noticiários este fim de semana e o "fresquinho" que por lá faz, dei graças ao atlântico que nos separa dessa frente fria. Por cá as temperaturas desceram qualquer coisa e surgem epidemias de gripes e constipações, fruta da época diz o povo. Começamos a ouvir os vizinhos a espirrar e não tarda a bater-nos à porta. Até agora fui-me esquivando, imagino as minhas defesas naturais, como diz o anúncio, a combaterem bichezas em coreografias "ao ralenti" tipo Matrix. Há coisa de uma semana falavam-me sobre outra virose, espécie de gastroenterite. E desta não me livrei. Talvez se tivesse tomado mais L-casei imunitase? Ora bolas, preferia o frio...

fugir com o rabinho à seringa

O congresso do Partido Comunista prometia. Nunca como agora as profecias contra o capitalismo fazem mais sentido aos ouvidos do povo. Nunca como agora houve tamanha margem para os partidos de esquerda fazerem a sua mensagem passar. Os votantes estão alerta, descontentes e a fermentar indignação em todos os sectores. A haver momento para uma coligação de esquerda "à séria", era este. Não me parece que a oportunidade se vá repetir nas próximas décadas.
Na sexta-feira o Tiago Mota Saraiva, que conheço desde a faculdade e continua igual a si próprio, escrevia "nem a alternativa de esquerda se pode fazer contra ou sem o PCP, nem o PCP a consegue construir sozinho". Nem mais. Na minha cabeça as contas são simples, capitalizando-se o descontentamento em votos no PCP e no BE, somando-se as personalidades que dentro do PS se estão a desvincular, isto podia dar qualquer coisa. Coisa que governe, que se chegue à frente com um programa global de governação, que tente fazer diferente. Agora era o momento.

O congresso foi prodigamente bélico, tiros disparados em todas as direcções, à esquerda, à direita e, sobretudo, aos pés. Por lá se afirmou que o BE tem como inimigo o PC e que é anti-comunista. Falou-se veladamente e mal do Manuel Alegre. Ora não me parece que seja assim que se aliciem forças para uma coligação de esquerda. Parece que no PCP são avessos à matemática e têm grave urticária ao poder. Bem vistas as coisas é tão fácil fazer oposição, é mesmo extremamente cómodo. Basta ser do contra e dizer mal do liberalismo.
O PCP insiste numa postura comezinha orgulhosamente só e não é disto que o país precisaria. É lamentável que o PCP se mostre irredutível a gerir cedências com vista a um bem maior e comum.
Perdeu-se a oportunidade. Perdemos todos nós, porque os do costume perceberam que daqui não sai nada de jeito. Too bad.

11.28.2008

alta credibilidade



O cargo de Conselheiro de Estado nomeado directamente pelo Presidente da República é muito delicado. Ao contrário dos conselheiros cujo lugar é uma inerência do cargo que ocupam (caso dos líderes dos principais partidos), esta é uma individualidade escolhida a dedo, supostamente pelos seus conhecimentos elevadíssimos em matéria de estado, alguém da máxima confiança do PR, com espinha vertebrada, sentido de dever cívico e muitos mais predicados. Numa palavra: impoluto. Caso contrário isso poderá virar-se contra o próprio Presidente.
Posto isto, a conduta correcta por parte de Dias Loureiro, ao tomar conhecimento dos zum zuns de aldrabices de alta finança no banco ao qual estava ligado e de ter ido fazer queixinhas ao Banco de Portugal, teria sido demitir-se. Talvez isto soe a beatice tacanha, para mim é honestidade. A mesma honestidade que é exigida a um conselheiro.
Daí que, ou Loureiro achou que isto nunca viria a lume e como tal estava safo, ou, tendo-se sabido, deveria ter resignado ao cargo de imediato, de modo a proteger o PR, e afirmar isso mesmo. A isto eu chamo lealdade. E não o incriminaria tacitamente por essa atitude.
Ora o que aconteceu foi exactamente o contrário. A prova de lealdade quem a demonstrou foi, uma vez mais, Cavaco Silva, saindo em defesa do seu conselheiro e salvaguardando-se a si mesmo. Essa necessidade foi não só infeliz como decididamente escusada. A coisa não deveria ter ido tão longe, bastaria que Loureiro não tivesse deixado.
As manobras que parecem querer denegrir o PR são difamatórias, muito reles e nesta história desconfio que não estará o PS isento de culpas, mas enfim…
É por acreditar que existem, algures, políticos honestos, que separar águas é absolutamente necessário. O desculpabilizar sistemático, o não assumir de responsabilidades (não necessariamente culpas) é que leva ao descrédito da classe.
A coisa piora quando avaliamos a imunidade que o cargo de conselheiro confere. É à prova de bala. Mesmo que haja investigação (e parece que está em curso) e que o nome de Dias Loureiro surja pelo caminho, não poderá sequer ser chamado a prestar depoimento, muito menos ser indiciado. Se permanecer no cargo é intocável. Claro que isso seria ultrajante. Algo semelhante a Berlusconni. Mas já nem digo nada.

obrigada Nuno, por me fazeres rir

Nesta altura de pouco guito é bom poder acreditar que ir de Campo de Ourique à Estefânia já é fazer um safari.

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Boas novas para o Parque Mayer

O gabinete de arquitectos Aires Mateus & Associados Lda ficou em primeiro lugar no concurso de ideias para a requalificação do Parque Mayer, com uma classificação de 100 por cento.

A articulação entre o Parque Mayer e a área envolvente, a qualidade do desenho e a articulação entre o Parque Mayer, a Faculdade de Ciências e o Jardim Botânico foram, segundo Nuno Portas, três dos critérios de avaliação dos projectos.

O projecto elaborado contempla a dinamização do Parque Mayer, salvaguarda o Jardim Botânico promovendo uma articulação entre a zona alta e a zona baixa da cidade, partindo de uma praça central, que é a praça do Capitólio, promovendo a sua ligação ao parque Mayer, à Praça da Alegria e Rua da escola Politécnica, nomeadamente à Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Jardim Botânico.

No Parque Mayer prevê-se a criação de espaços de animação, nomeadamente ao nível das artes cénicas, musicais e artes plásticas bem como a criação de residências temporárias para artistas e de escolas informais que fomentem o ensino artístico e que além de contribuirem para a animação do espaço poderão ainda fazer com que seja auto-sustentável do ponto de vista financeiro.

Diário Digital / Lusa





Aqui está um excelente projecto. Bem pensado e tal e quê, até ganha o concurso com nota máxima. De se lhe tirar o chapéu, curvar a espinha e dar os parabéns.

o peido, esse injustiçado!

Esta do Rogério da Costa Pereira vale mesmo a pena. Nem que seja pela bufa.

O peido é para ser dado. Foi criado para ser expelido com estrépito. O peido é um instrumento regulador da racionalidade humana. Sem o peido vão-se acumulando no organismo correntes de ar e humores que cumpria serem expelidos. E o corpo vai inchando e os ditos ventos vão ocupando partes do organismo que deviam estar ocupadas por cenas mais importantes, tipo cérebro. Aliás, não é à toa que vento, para além do mais, pode significar quer vaidade, quer flatulência.


via jugular

11.27.2008

sistema bancário para crianças

Este filmezinho é verdadeiramente pedagógico.

(via garganta funda da caixa de comentários do :ilhas)

11.26.2008

baixa da memória

Quando eu era pequenina, morávamos ali entalados entre a Baixa e o Castelo, ao Largo do Caldas, na mesma casa onde a minha mãe se fez mulher. Frequentei até à 3ª classe a antiga escola feminina nº 28, na Rua da Madalena. Era um prédio, não tinha recreio ao ar livre e as funcionárias desdobravam-se a organizar actividades em grupo para não se gerar o caos. Jogávamos ao lenço e à mensagem, numa escola sem condições, meninos ricos e meninos pobres, filhos das peixeiras das bancas do mercado do Caldas e filhos de advogados. Filhos da Revolução.
Ia pela mão à Igreja de Sto. António, vi o papa quando veio à Sé e estava na Praça da Figueira, à espera de ouvir o meu primeiro comício, quando se soube do acidente de Sá Carneiro. Tinha cinco anos e não sabia o que era a morte. Vi-a pela primeira vez nos olhos assustados do povo na rua.
O meu avô ourives tinha uma pequena oficina num 3º andar da Rua dos Fanqueiros. Passei muitas tardes de férias empoleirada num banco, a vê-lo trabalhar com minúcia, enquanto me explicava das ligas e das pedras preciosas. Não me ficou o gosto por jóias.
Havia uma loja em Alfama onde se escolhiam galinhas e coelhos vivos. Os bichos iam pelo cachaço, lá para dentro, voltavam num saco. Ainda hoje não como coelho mas pélo-me por uma boa canja.
Às vezes íamos ao hospital das bonecas, na Praça da Figueira, não para tratar das minhas Nancys (que eram bem estimadas), mas porque na mesma loja se arranjava malhas nas meias de vidro das senhoras. Íamos às compras ao Celeiro, à Polux e aos armazéns Ramiro & Leão. Esse era o meu passeio favorito porque brincava aos elevadores com o ascensorista. Muito composta, cumprimentava as senhoras, perguntava o andar, só não podia mexer nos botões. Lá em cima, escolhiam-se peças a metro para ir pôr na modista, a fazer os figurinos da Loja das Meias.
No princípio de Dezembro a tradição mandava ir ver as luzes e as montras. De nariz colado ao vidro, deliciava-me com as construções de Legos em movimento e sabia bem que o Pai Natal estava muito atento a essas incursões, porque acertava sempre com os meus pedidos.
Estava em Ponta Delgada no Agosto em que Lisboa ardeu. Chorei copiosamente. Os armazéns do Chiado e as lojas Garrett são incontornáveis no meu imaginário de infância e essa perda que o televisor mostrava soou a nova morte, depois de Sá Carneiro, da avó Virgínia e do avô Severiano. Tem graça, há quanto tempo não lhes escrevia o nome…
Porque me havia de dar para isto agora? Talvez seja contágio dos posts da Fernanda Câncio, que regularmente versam políticas e práticas na Baixa e os seus pequenos quotidianos.
Apeteceu-me lembrar da menina que eu ali já fui.
E fui tão feliz e nem sabia.
Nessa Baixa que dizem não ter condições para se criarem crianças felizes.
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11.25.2008

sem filtros

e nada de photoshop. impossível não amar esta terra.


areal de sta. bárbara, s.miguel

11.24.2008

meus ricos meninos...

Superaram as minhas expectativas, que eram altas, nesta primeira performance.
Saiu-me do pêlo e é preciso não repousar sobre os louros, continuar o bom trabalho, mas tirei o serão para me deliciar com a pauta deste módulo...

11.22.2008

wanna dance?

The Juan Maclean - Simple Life (Marcus Worgull Remix)


LCD Soundsystem - Someone Great


M.I.A. - Paper Planes (DFA Remix) (MIA ft. Diplo)

11.21.2008

fica-lhe tão bem a pele

Ontem, a ver a quadratura do círculo, gostei do Pacheco Pereiro a fazer de D. Quixote. Como se costuma dizer em teatro "ele foi muito bem". Para começar é notório que se preparou para o papel, em termos de aparência física. Está lá o bigode farto e o cabelo grisalho compridote, mesmo a pedir para se lhe pôr o chapéu em cima. Quanto aos bastos quilos a mais, presumo que seja para encorporar duas personagens numa: D. Quixote com a pança do Sancho Pança e já se poupa um artista.
A peça é uma adaptação do intemporal clássico, desta feita substituiram-se os moínhos de vento pela vapores governativos e a sua dama dá pelo nome de Manuela Ferreira Leite. No Acto I, Pacheco Pereira vem defender a honra da nobre donzela, contextualizando as suas últimas declarações, não como um ataque à democracia, mas ao governo. O problema é que ninguém percebeu a refinadíssima ironia da senhora e, pelas mãos sempre maquiavélicas dos jornalistas, o feitiço virou-se à feiticeira. Pois é. Ela também já tinha dito que não podia ser a comunicação social a escolher a mensagem que passam. Que tal a ironia nesta vaga alusão a um lápis censório na redacção dos jornais e telejornais? O problema é que tradicionalmente somos povo mais dado ao fado do que à piada. Portugal não percebe a ironia fleumática de MFL. Ela ia mesmo bem era com os Monty Phyton...

o monstro da avaliação

Pretender avaliar os professores sem ter em conta os resultados dos alunos parece-me uma falácia. Então não é para isso que eles lá estão, para ensinar? Como se pode avaliar da eficiência sem ter em conta os objectivos?
Dizem uns que isso iria falsear as notas porque os professores iriam empolar os resultados dos meninos para não saírem prejudicados. Isso é partir do princípio da mediocridade. Na génese do problema está a ausência de cultura pela excelência no ensino. E disto não é justo culpar os professores, com consecutivos governos levaram a cabo consecutivas reformas, nunca concluídas, cujos resultados nunca chegaram a ver a luz do dia. Sistemas de colocação esquizofrénicos que obrigavam os professores a andarem com a casa às costas todos os anos. Foi-lhe retirada toda a autoridade. São mal pagos. E percebem desde cedo, quando ainda têm força na guelra e pretensão a serem bons, que isso de nada lhes vale. Não é premiado o esforço e o empenho dos docentes. A coisa é ir levando os anos lectivos na mornaça, rezando para ficar numa escola mais ou menos, com turmas boazinhas e ter poucas dores de cabeça.
A progressão automática na carreira é um belzebu que nivela todos por baixo. Claro que esperar que uma classe aceite de bom grado passar de uma situação tão confortável para outra onde têm de apresentar resultados nunca vai ser pacífica. Já nem falo do presente sistema de avaliação, que enfermará de erros grosseiros, de outro modo não vinha a ministra apresentar alterações. Mas contestação haverá sempre.

11.17.2008

estados alterosos de consciência

Há coisas ou pessoas que podem ser um herpes na nossa vida.
Aquilo parece que passa, mas diz que volta.

11.14.2008

espaço à cOultura

(o serviço público na responsabilidade inerente ao uso de uma plataforma interactiva)



"Este blogue está por detrás dum projecto de fanzine a implementar nos Açores e que terá uma edição em suporte convencional e outra on line. Pretendemos com esta publicação intervir socialmente através da arte, quer pela divulgação do trabalho de diversos artistas locais ou não, quer pela inclusão de peças jornalísticas que acharmos poderem enquadrar-se no espírito deste projecto."

Uma óptima iniciativa, congeminada pelo sempre fervilhante Mário Roberto.

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11.13.2008

and now for something really shallow

Fazendo uso da plataforma interactiva, divulgue-se:

Dizem-me, por mail, que este foi votado o homem mais bonito do mundo. A sua graça é Saki Rouva.
Quem sou eu para discordar?...
















































Declaração de Voto


Eu nem sou especialmente pelos homens bonitos.

antes muda...

Enquanto ontem me empenhava em lides domésticas, a televisão debitava um noticiário da rtpN. Estaquei, um par de meias por dobrar nas mãos, com as declarações de Manuela Ferreira Leite no colóquio "Portugal em crise, que alternativa". Muito gostava eu de ter gravado as pérolas. Como não o fiz e também não consigo arranjar as ditas ipsis verbis na net, aqui ficam tal como as lembro, ressalvando que as vírgulas não estão, com certeza, no seu original lugar, mas o sentido está.
Relativamente à educação, pergunta ela qualquer coisa do género "não haverá outro método de avaliação? olhemos para a Europa, se calhar os métodos até podem ser piores, não sei, porque não experimentamos?"
Sobre a crise "eu não tenho ainda soluções para a crise em Portugal, mas digo-lhe já que se as soubesse não as dizia, pois o tempo que ainda falta para as eleições, o PS ia implementar as nossas propostas todas, como anda a fazer".

Há coisas fantásticas, não há?

11.12.2008

Especial Informativo (a emissão segue dentro de momentos)

Confirma-se a notícia avançada à hora de almoço, pela correspondente na blogosfera, de que o canto teve hoje direito a publicidade institucional. Esta vossa criada tem de passar a lavar mais vezes os cantos ao canto, pois as visitas correm o risco de se acotovelarem. As bichas já são mais que muitas. Prevê-se que venham a surgir questiúnculas laborais, com Olívia empregada lamuriando-se a Olívia patroa que os dias não estão para trabalho pro bono.
Segundo fontes próximas, o sindicato ameaça boicotar a solução apresentada pelo CEO deste blog, que passa pelo recurso a horas extraordinárias e um reforço da mão-de-obra decorrente da desmultiplicação de personalidade.
O objectivo para o próximo trimestre, no comunicado avançado, é de que o blog passe ser gerido, em tempo real, a partir do Laboratório Espacial Europeu. A colocação de um homem em Vénus não está, para já, descartada e já tem punch line: “este é um pequeno passo para o Homem, mas um grande passo para a Masculinidade”.

11.06.2008

Era bom mas acabou-se

Encerraram as únicas salas da ilha onde iam aparecendo filmes de qualidade. O problema nem é local, porque o cinema está em crise. Os estúdios já vão contando mais com lucros de comercialização de DVD's e merchandizing do que com receitas de bilheteira.
Ver filmes em casa tem todas as comodidades e zero de mística. Carregamos no play quando nos apetece, enroscados no sofá ou estirados na cama, paramos quando queremos, pomos o volume que desejamos... e a mim sucede-me raramente querer esse comodismo todo.
Contam-se pelos dedos de uma mão os DVD's que possuo.
Volta e meia trago uns quantos emprestados que devolvo semanas mais tarde sem ter visionado. Paradoxalmente, vejo alguns que passam na televisão, quando os apanho assim de raspão, a meio do zapping.
Concluo que há coisas em que prefiro não ter o poder, a decisão, o comodismo e a antecipação. Ir ao cinema é um acto social, mesmo que o façamos sozinhos. Há uma hora de começo, um lugar onde sentar, o silêncio a respeitar e não se pode fumar.
Mas é que o mesmo filme não sabe ao mesmo. Eu gosto do sabor que me fica em grande ecrã. Não há plasma, LCD, HD, 16:9 que me convençam.
Agora tenho de me deixar de manias. Argh...

11.05.2008

"tomada" a Pennsylvania, a vitória já cá canta!!!


Volto já para a caminha, mas isto até me estava a fazer comichão. Tinha de vir aqui postar umas palavras poucas. Para a posteridade.
Hoje fez-se história.
God bless America!!

11.04.2008

e enquanto o mundo aguarda

Faltam apenas umas horitas para se acabar o suspense. O mundo, envolto no caos económico e em guerras várias, vira os olhos para a América. O movimento de esperança e fé na mudança, que a máquina de Obama magistralmente orquestrou, colheu frutos que brotaram até fora de portas. Ele é a aposta da Europa. Um herói em África. A Obama-mania à escala global. Suponho que não há país que não desejasse ter o seu Obama, negro e tudo.
Esperemos que o comum americano tenha a noção da responsabilidade que lhe cai nos ombros. Porque não deixa de ser impressionante como a América é capaz de nos surpreender pela negativa. Há oito anos nunca pensei ser possível que Bush ganhasse a Al Gore, ainda por cima da forma vergonhosa que se viu, com tamanha escandaleira no estado da Flórida. E quatro anos depois, quando já se sabia muito bem o pacóvio tacanho que Bush era... volta a ganhar! Fiquei sem palavras, mas convencida que aquilo era, de facto, um país onde os estúpidos eram a maioria e como tal, bem feita serem governados por um. Só que entretanto andámos todos a chupar com a tonteira.
Que desta vez o povo americano utilize o seu voto para se redimir.

10.30.2008

Is this brilliant or what?!


Ontem à noite, antes da final de basebol, passou um anúncio nas televisões americanas de 30 minutos. Suponho que seja das maiores manobras de marketing de que tenho conhecimento mas, políticamente, é certo que não tem precedentes. O spot da campanha de Obama é realizado como um documentário onde figuram histórias de pessoas banais entrecortadas com trechos do candidato explicando o que pretende fazer. Muitas das imagens foram recolhidas de toda a campanha, não filmadas especificamente para este spot. O que passa é uma imagem extremamente credível, de um homem em quem, de facto, apetece acreditar. E que acaba assim:

"I´m reminded every single day that I´m not a perfect man.
I will not be a perfect presidente.
But I can promise you this:
I will allways tell you what I think and were I stand;
I will allways be honest with you about the challenges we will face;
I will listen to you when we desagree;
And most important,
I will open the doors of my government and ask you to be involved in your own democracy again!"



P.S. - Óptimo o artigo de Pedro Dória sobre este tema.

10.27.2008

melhor que botox ou cirurgia estética

"...pensa que voltares a partilhar a tua casa com alguém não é uma redução da tua qualidade de vida, mas um regresso à juventude..."

Ora aí está uma oportunidade de ouro com que esta crise nos brinda. Voltemos todos aos saudosos tempos idos de contar trocos para um fino e incursões à feira da ladra.

Nada com uma boa crise para nos rejuvenescer. Tá certo.

MEC, o mordaz

Miguel Esteves Cardoso, em animado repasto/entrevista à Visão:

"Virei à esquerda, na vida. Na política, muito! Estou ao lado dos pobres e dos fracos. A direita política não toma conta deles. Percebi que é um conjunto de queques e betos, vivendo uma existência paralela. Posso ser conservador, defendendo o pobre, o trabalhador. A esquerda aliás, é conservadora: não gosta que se estraguem as coisas, defende os pequenos produtores, o que é português, isso tudo. Esta crise deu para notar que a dreita está cada vez mais cristalizada na defesa do patrão e do capitalismo. Esses cabrões estão a jogar com abstracções totais, mas que afectam as nossas vidas."

Este gajo continua a ter pilhas de graça. E vá de acertar na mouche!

10.24.2008

da impossibilidade de não comunicar

Um dos cinco axiomas demonstrados por Paul Watzlawick (1921/2007) na sua teoria sobre comunicação entre individuos é de que é impossível não comunicar.

"Em primeiro lugar, temos uma prioridade do comportamento que dificilmente poderia ser mais básica e que, no entanto, é frequentemente menosprezada: o comportamento não tem oposto. Por outras palavras, não existe um não comportamento ou, ainda em termos mais simples, um indivíduo não pode não se comportamentar.
Ora, se está aceite que todo o comportamento, numa situação interacional, tem valor de mensagem, isto é, de comunicação, segue-se que, por muito que o indivíduo se esforce, é-lhe impossível não comunicar. Actividade ou inactividade, palavra ou silêncio, tudo possui um valor de mensagem, influenciando ou outros que, por sua vez, não podem não responder a essas comunicações e, portanto, também estão comunicando. Deve ficar claramente entendido que a mera ausência de falar ou de observar não constitui excepção ao que acabamos de dizer. Um homem que num congestionado balcão de lanchonete olha directamente em frente ou o passageiro de avião que se senta de olhos fechados estão ambos comunicando que não querem falar a ninguém, nem que falem com eles; e, usualmente, os seus vizinhos "recebem a mensagem" e respondem adequadamente, deixando-os sozinhos. Isto, obviamente, é tanto intercâmbio de comunicação como a mais animada das discussões."


Transferindo isto para a blogosfera, o acto de criar um blog, torná-lo público e nele postar é um evidente acto de comunicação. Pretende-se dizer, exemplificar, demonstrar algo. Excluir os processos que permitam retorno, pela supressão das caixas de comentários, emite igualmente uma mensagem. A de não permitir resposta, positiva ou negativa. O que é que isto poderá ter de dinâmico é que eu ainda estou para compreender. Na minha inteligência naif julgava que o dinamismo bloguista residia fundamentalmente nessa simplicidade comunicativa à escala global. Volta do túmulo Watzlawick e ajuda-nos a formalizar estas novas realidades comunicativas!

ontem rebolei-me a rir

Que haverá melhor do que aquela gargalha gostosa que se solta do fundo de nós e nos alivia a alma? Depois do genial sketche dos gato a missa do magalhães, achei que dificilmente algo me faria rir mais, pelo menos esta semana. Redondo engano! O episódio de ontem dos contemporâneos inclui uma pérola que ficará, sem dúvida, nos anais do humor português: Casa Pia - o musical
Experimentem trautear a música do Mamma Mia com o seguinte refrão:
Casa Pia,
lá vem outra vez
ai, ai
quando é que isto acaba?
Casa Pia
agora é que eu sei
ai, ai
quem leva no c* é a lei!

restyling

Este cantinho mudou o visual. Deve ser defeito profissional, gosto de dar um arejo às coisas from time to time. Mantêm-se os conteúdos: ideias soltas, imagens, um ou outro som, idiotices várias, questões metafísicas, enfim... desabafos! Continua igualmente a estar protegido de muitos olhares, porque lá no fundo sou rapariga de muito recato. ;-)

conversa de gajas

"Eu tenho o meu anormal, tu tens o teu..."

sobre o marido dela e o meu pai, ambos resistentes suicidas a deixar de fumar, apesar das maleitas crónicas respectivas.

9.30.2008

merdas para as quais não há paciência

Era uma vez um blog, onde eu ia 5 dias por semana, mais coisa, menos coisa. Uma data de autores, elevados QI´s, muitos jornalistas, catadupas de comentários. Uma coisa com graça. Prolifera trocas de galhardetes, mas daqueles refinados, de salão. Lá se postava sobre coisas realmente importantes ou nem por isso. Lá descobri que gosto mesmo dos escritos da Fernada Câncio. E que não tenho muita pachorra para algumas conversas ultra feministas da Ana Matos Pires. A prata local estava representada, intermitentemente, pelo Ezequiel. Havia inclusivamente espaço para dissertações filosóficas do João Galamba (coisas muito à frente para o meu binário mental, que sou mais romântico-pastoril, e quando começa a meter Hegel e Marx e Deus no mesmo parágrafo...começo a esfumar-me).

Eu gostava deste blog. Sentia-me intelectualmente estimulada. O meu Tico e o Teco agradeciam.

Estive uns dias sem net. Volto a bloggar e oops... what the hell?! Então este gajo está a despedir-se? Olha, aquele também... Hein? Hello? Lá consegui dar com um novo poiso, dedicado à jugular, great! Entretanto circulam tantos rumores pela net sobre a causa desta cisão como acções a serem vendidas ao desbarato em Wall Street. Pergunto eu... who the hell cares? Eventualmente parte da população que acompanhava o big brother e não perde o momento da verdade. Porque discorrem sobre eventuais pormenores sórdidos (que juram haver), obscuros motivos e teorias da conspiração.
Basicamente quer-se entrar na casa das pessoas (só porque escreveram num blog colectivo) para lhes saber dos afectos, das manias, das zangas. Querem sangue. E se houver cama à mistura então.... ui! E há sempre cama na mente ressabiada destes gajos...

Uma coisa é manter isto limitado à blogosfera, meio onde, de resto, nasceu a celeuma. O mexerico cibernético é como o outro e espalha-se como brasa. Mas houve quem a transportasse para a dimensão do real, dando-lhe contornos de novela mexicana mas com direito a artigo publicado sobre a asa de um jornal. Quem assina parece que até é um jornalista, depois de já ter feito correr muitos caracteres sobre o assunto num blog. Mas não lhe chegava. Também ele quer sangue. Para honrar uma qualquer "révanche" pessoal que lhe anda a azucrinar os cornos. Não há pachorra!

p.s. - alguns nomes foram omitidos (nomeadamente o jornal e o jornalista) por claro receio de represálias. Está visto que com este tal paulo pinto mascarenhas não se brinca e eu não lhe quero chatear os cornos, livra!
p.s. - E para a mesma estória mas com muito mais graça... aqui.!

fiquei mesmo a pensar nisto

Portugal seria hoje um país muito diferente se o Sá Carneiro não tem sido assassinado naquela noite. Nunca saberemos como poderia ter sido a história recente deste país.

Estados alterosos de consciência

"Acho que falhei uma qualquer encruzilhada... definitivamente aonde me encontro agora não é onde eu queria chegar."
Por outro lado penso ainda não ter chegado, vou a caminho. Mas arre! quem me manda a mim seguir o traçado de rallye??

o português surpreende-nos sempre

A propósito da coluna da minha querida amiga Maria, andei às voltas sobre o termo "lanzeira", que uso vulgarmente para designar a pasmaceira que sobre mim se abate de vez em quando...
Verificado o dicionário descubro "lãzeira", que designa uma doença do pelo das cabras. Boa, já aprendi mais uma coisinha hoje, assim pela fresquinha que é como faz bem.
Ora "lanzeira" não existe, apenas lazeira, o que significa que desde sempre introduzi neste vocábulo falado um "n" de graça. A língua oral é propensa a este tipo de coisa, em particular o português. Daí o título do post. Mas que podemos extrapolar para uma série de outra questões... a ver... ontem foi dia de eleições regionais. Mais de metade do povo não votou. Deixaram-se ficar nas suas lazeiras (ou será que sofrem de lãzeira?!). Talvez se deva culpar a crise, o preço do diesel não permite que a viatura familiar se desloque à escola primária lá da freguesia. E como a vida está cara, à cautela, vão-se poupando as solas dos sapatos.
A verdade é que a vitória estava contada. César, que não Júlio, tem na mão mais quatro anos de governação, e estes vão ser dificeis. Esperemos que não dê numa de Nero...

A vida está a doer e a coisa parece piorar a cada dia. Em cada dois açorianos, um prescindiu do seu direito de voto. Mas nenhum prescindirá do direito de se queixar.
O português surpreende-me sempre.

O meu cantidado!!


Este homem é um senhor, carago!!!

Suponho que o facto de eu ter nascido no dia das primeiras eleições livres e democráticas em Portugal explique este meu lado revolucionário liberal de esquerda. Da lista de personalidades portuguesas que marcou a minha infância/adolescência alguns têm-me vindo a desiludir amargamente (a Helena Roseta surge-me logo à cabeça...). Outros finaram-se e mantêm o seu lugar cativo. Poucos, muito poucos, permaneceram fiéis a si próprios, convictos dos seus ideais sem se tornarem autistas ao mundo que os rodeia. Diria eu que estão envelhecendo bem. É o caso de Manuel Alegre, que voltou hoje a encher o meu peito de alegria, da genuína, num dia marcado por notícias más ou piores...
Apoderou-se de mim uma enorme satisfação por se continuar a revelar digno da admiração que lhe nutro. Por ele me revoltei aquando das últimas eleições presidenciais, em que o PS lhe retirou o apoio. Manuel Alegre não fraquejou e foi à luta. E hoje outra vez, quixotesco, desembainhou a espada contra os moínhos, não de vento, da discriminação. Com excepção do ex-lider da JS, Pedro Nuno Santos (o único deputado do grupo parlamentar socialista com autorização para quebrar a disciplina de voto relativamente ao diploma que permitiria o casamente entre pessoas do mesmo sexo), Manuel Alegre votou favoralmente. À revelia do partido. Sozinho.

"Voto com a minha consciência".
É esta fibra política e moral que faz dele o meu herói de hoje. E mais não lhe peço. Bem-haja!

O pior cego é o que não quer ver

Há coisas que nos assolam assim, nem as vemos a vir. Esta chegou pela voz de um amigo, pegou delicadamente na ponta do véu, descobriu-me e disse: vês?
Não vejo, não quero, é noite de sombra aí dentro. Tape-se tudo, feche-se a porta, monte-se um cerco. Hei-de voltar aí, agora não. Mas obrigada.

O que dizer sobre Bento XVI??

O Papa voltou, esta sexta-feira, a condenar todos os métodos contraceptivos. Bento XVI diz que os casais que os usam estão a «negar a verdade do amor conjugal». O Vaticano condena a utilização de qualquer método para o controlo da natalidade. A única excepção admitida é a abstinência, mas mesmo neste caso a Igreja Católica advoga que apenas deve ser um recurso para casais que atravessem dificuldades graves.

Dificilmente consigo expressar o que tais declarações me suscitam. Aparentemente eu e ele não vivemos no mundo. Quero acreditar que ambos temos fé. Mas esta beatice é uma irresponsabilidade, para além de desfasada da realidade.

Por estas e outras é que não acredito na palavra de Deus traduzida pela pena do homem. A questão é sempre a mesma, na sua génese os princípios são simples e justos, a adaptação feita é que estraga o retrato, veja-se o caso do Corão. Se todos crentes se limitassem à sua fé no estado mais puro, independentemente das religiões, chegariam à conclusão que não há deuses mais verdadeiros que outros, que não se pode impor qualquer fé a ninguém.

As religiões nada mais são do que regionalismos e abstracções de uma verdade única, frequentemente sonegada: o divino está em nós. E Deus concretiza-se na súmula dessas nossas partes, globalmente. Por isso tirar vidas em nome de uma religião é um contra-senso à priori. É nisto que acredito.
Eu, no meu livre arbítrio, estou hoje um bocado metafísica...

Casamento para todos, sff
















Assim só para (re)começo, um tema "fracturante"...
Os dados objectivos que temos são, por um lado, o reconhecimento de que os LGBT são uma minoria da população (resta saber até quando), mas são cidadãos de pleno direito, conforme prevê a constituição que proibe a discriminação baseada no sexo, cor, raça, religião e orientação sexual.

Neste momento o que temos são leis anticonstitucionais. Previligiam e garantem deveres e direitos a dois individuos de sexo diferente que assinam um papel, no fundo um contrato, chamado casamento. Se forem duas pessoas do mesmo sexo está tudo estragado. Não há papel para ninguém, não há cá maridos e maridos, fica tudo naquele terreno pantanoso da união de facto e já é muito bom!

Ora os direitos sucessórios não se encontram garantidos. Mesmo que tenham vivido toda a vida juntas, duas pessoas do mesmo sexo não herdam os bens do "espécie de conjuge/companheiro(a)". Ou o direito de assistência à família. Bancos e seguradoras, seguindo a lei vigente, também não reconhecem estas uniões. Só para dar uns exemplos.
Alguns querem que se chame outro nome... seria algo tipo "gaysamento" ou "lesbitrimónio"? Porque se hão-de chatear os heterosexuais que se garantam os direitos e se preserve a liberdade de escolha a todos sob o mesmo substantivo?

"Que não é uma questão prioritária neste momento delicado da vida do nosso país". Pois para a maioria dos cidadãos, heterosexuais, não é. Mas no estado em que as coisas parecem ir, esse momento não chegará nem daqui a umas décadas. E até lá, sonegam-se direitos...
Quando se aboliu a escravatura supõe-se que isso também não seria uma questão prioritária para a maioria, certo? E a luta das sufragistas, apesar das mulheres serem metade da população, também nunca foi considerada prioritária. No entanto, nestes e noutros casos, acabaram sempre por vencer os direitos fundamentais. E é pela forma como tratam as minorias que as sociedades também se definem.

Ponto de situação

Há mais de um mês que não digo aqui nada. Parece impossível! E não é que não haja o que dizer, porque muito me tem pairado na cabeça, mas o caminho que vai desde a ideia ao blog tem sido travado por um pernicioso (há que admiti-lo com frontalidade) COMODISMO.
Também é verdade que outras labutas ando travando, mas não é desculpa.
Vai daí que arregaço as mangas para meter mãos ao teclado.

8.26.2008

Companheironas

Estamos juntas há 8 anos, os mesmos da minha independência da casa dos papás.

Bem vistas as coisas, é a minha relação mais duradoura! Nenhum namoro sobreviveu tanto.


Coabitámos duas casas alugadas em Lisboa e mudámo-nos para S. Miguel onde partilhamos esta casinha de bonecas. Na próxima aventura que se prepara, a Ingrid continua envolvida, há-de-se habituar à lingua inglesa....eheheh!


Une-nos uma profunda e verdadeira estima, ela compreende quando estou triste, eu entendo os sinais dela. É de facto uma bichinha inteligente, meiga e muito sociável, óptima anfitriã, que adora receber visitas e trata de distribuir mimos por toda a gente.


Surge este post na sequência das tristemente habituais notícias de época balnear, da quantidade de animais abandonados pelos donos. Como será possivel descartar assim um companheiro? Riscar um amor que é, por vezes, muito mais humano e sincero do que entre seres falantes?


Long life for Ingrid! May the wind be at our back, my sweet, sweet pet...




7.31.2008

I wonder II (end)

Comodamente só
porém acompanhada
na tua ausência
encontrei-me a mim.
E descobri-me diferente.

Desconfortavelmente só
mesmo acompanhada
na tua indiferença
desencontro-me de mim.
E descubro-me ausente.

Um dia não mais só
quiça acompanhada
na tua lembrança
encontre amizade.
E descobrirei-me feliz

...eu ontem NÃO me deitei assim...

Valeu mesmo a pena o tempo que roubei à cama para ouvir CPT.LUVLACE + XINOBI no PDL...
Deram um show estrondoso para meia dúzia de ouvintes, na sua maioria pouco entusiasmados. Uma pérola dada a (poucos) porcos.
Talvez não tivessem a noção que um set daqueles teria posto o Lux ao rubro. E isto eu sei, porque já vi acontecer. Não estranho, por isso, ontem ter fechado os olhos e sentido estar numa grande party.
Para acompanhar de perto o talento do Schandler.
http://www.myspace.com/cptluvlace

PS - Afinal diz quem lá ficou que o PDL se encheu de gente e a noite animou .... uffa, ainda bem!


7.25.2008

coisa lamechas... mas boa de se ouvir!



Help, I have done it again
"I have been here many times before
Hurt myself again today
And,
the worst part is there's no-one else to blame

Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me
I am small
I'm needy
Warm me up
And breathe me"

Sia - Breath Me

7.21.2008

Sound check

Pause... rewind... fix... remix...
Play it again, Sam

7.20.2008

É isso aí garota

Vanessa da Mata e Ben Harper - Boa Sorte / Good Luck

Pensamento do dia - II

Talvez deva arranjar um círio...

Pensamento do dia

Há coisas que duram uma vela de framboesa.

6.19.2008

Coisas que entristecem a alma

1 - Um dia de semana com imenso sol e calor abrasador e não poder ir a banhos

2 - Honrar compromissos, fazer um bom trabalho e não ser pago a tempo e horas

3 - Querer dizer a um amigo aquilo que precisa de ouvir e saber que mais vale a pena ficar calado

4 - Andar sem paciência para ir ao cinema e, por isso, perder bons filmes

5 - Last but not the least, ouvir palavras cruéis de alguém que se ama incondicionalmente

6.09.2008

Queixinhas

O artigo de capa da Visão desta semana até é inteligente. Assim pela foto e head-line não parecia. Esta coisa de tentar descortinar o universo feminino pelos olhos do êxito do filme "Sex and the City" não augurava nada de bom.
Claro que adoro a série e não vou perder o filme, as personagens são giras, as histórias são inteligentemente bem humoradas e há pormenores deliciosos que escapam ao entendimento de quem faz a legendagem...


O que me deixou perplexa neste artigo foi saber que comungo de opiniões com mulheres como Mónica Sintra e a Margarida Rebelo Pinto. Improvável, to say the least!! Ambas figuram no meu imaginário como devendo muito à inteligência, a primeira por ser uma cantora pimba e a segunda pela tristemente célebre "riqueza" de prosa. Ora bem, levei uma estalada com luva de pelica, toma lá que é pra aprenderes a deixares-te de preconceitos!


A título exemplificativo, a Mónica, que parece que tem feito a vida a solo (desconhecia por completo, estou em falta desde sempre com a leitura das revistas do coração), diz que os homens, ao princípio, até podem achar graça a um mulher independente, mas depois assustam-se. Pois, eu também ando convencida do mesmo. Aliás, o que me apetece é pôr um anúncio no jornal, no vidro do carro e num outdoor com os dizeres:


"Procura-se homem com TOMATES, que não se deixe intimidar por 1.5m de rapariga"


Tenho dito. Pelo menos aqui!

estados alterosos de consciência II

Na mesma noite e seguindo o tema dos bichos de estimação, conheci o Dylae, um cachorro fantástico. Como foi retirado à mãe no dia antes, achei que devia estar a passar por um periodo de stress pós-traumático. Tentando confortá-lo, e enquanto o afagava ternamente, sussurei-lhe:

"Não te preocupes, vais ver que os humanos são fixes...!"

Obviamente que me referia ao círculo de humanos que com ele vão interagir e que são, de facto, fixes. Mas não deixa de ser sinónimo da minha inabalável fé na espécie humana. Eu já tinha era idade para ter juizo...

6.08.2008

estados alterosos de consciência I

Ontem saí-me com esta pérola...

"...a minha gata, que é aquele doce de pessoa que vocês sabem...."

6.06.2008

coisa boa de ouvir...



Goldfrapp - A&E

6.04.2008

rise and shine

Bom dia, Mundo!
Está uma daquelas manhãs que dão gosto.
Assim até sabe bem acordar cedo, pela fresquinha... eu que normalmente acho estas horas as de melhor sono, devo ter ADN de morcega.

Obrigadinha ao vizinho, com o sonoro das suas obras a arrancar pontualmente às 8h. Por estes dias é de pneumático, "balada" que ganha o disco de ouro na eficácia com que arranha os tímpanos, irrita os neurónios e enerva as falanges.

Tome lá um Nescafé e para os seus mestres também... Vamos ver se não se estraga o azimute
porque a beleza do dia está mesmo para isto!

5.21.2008

I wonder II


Comodamente só

porém acompanhada

na tua ausência

encontro-me a mim.

E descubro-me diferente.

Moleskine's notes I

Esteve um dia como eu não gosto.
Mas vou aprendendo a apreciar.
Um dia solarengo é fácil, sentir o quente na pele, a vastidão de azul, a plenitude do horizonte.
Difícil é gostar do cinzento do céu, na humidade nas veias, das gotas intermitentes, do mar revolto.
Sobretudo desse mar escuro, revolvendo a areia, violentando a pedra negra.
É quase outro lugar.
Belo.

5.08.2008

i wonder



Dei por mim a procurar-te, calma e deliciosamente,
onde era seguro que não estavas.

Reconheci-te nos traços de estranhos,
pequenos detalhes, que desconhecia saber tão bem.

Então percebi...

5.05.2008

ando a ler e recomendo...

Gosto que me ofereçam livros. É verdade que adoro livros, mas muitas vezes dão-me ataques de forretice. Ora uma coisa boa de ter bons amigos é que sabem do que eu gosto e fazem-me a vontade... Este título foi assim uma oferta, coisa de amigo com bom gosto e constituiu uma verdadeira descoberta, muitíssimo agradável. Ao primeiro olhar perguntei "mas quem é Ismaïl Kadaré?"

Ismaïl Kadaré nasceu em 1936 na Albânia, em 2005 a sua carreira literária foi distinguida com o primeiro Man Booker International Prize.
Nas primeiras páginas ficamos a saber, sob nota do tradutor francês, que este livro é na realidade a compilação de 2 textos, uma sequela com cerca de 20 anos de diferença. Ficamos igualmente a saber da dificuldade em fazer sair textos originais do país e que tal era um crime severamente punido sob o jugo do governo comunista que vigorou na Albânia.

Segunda interrogação que me fiz, neste ponto inicial da leitura: que sei eu sobre a Albânia? Quase nada. Mesmo com a guerra do Kosovo, este país está para mim envolto numa névoa de puro desconhecimento. Muito bem, pensei, nada melhor que um bom romance para me despertar a curiosidade.

O que interessa e me moveu a escrever este post, é que devorei, literalmente, o primeiro manuscrito e vou a dois terços do segundo, com vontade que não acabe.
As histórias, na sua singela simplicidade, completam-se de analogias com mitos e histórias antigas, como sejam o sacrificio de Ifigènia pela mão de seu pai, Agamnénon, nas vésperas da partida para o cerco a Tróia, ou de Calvo, que cai no abismo que o leva ao submundo e do sacrificio pessoal com que tentou voltar à superfície, nas costas de uma voraz águia. Pelo meio fica-se com uma ideia da vivência colectiva sob governo comunista, através dos olhos mordazes do protagonista e das histórias dos seus conhecidos, com uma inequivoca base em factos verídicos.

Foi inevitável uma comparação a Kundera, da qual Kadaré, na minha opinião, se sai muito bem. Tanto no registo do essencial, eliminando supérfulas figuras de estilo, como na profundidade com que retrata as personagens, deixando-nos com um quadro perfeito das subtis transformações que sofrem, como pela ambiência claustrofóbica com que decrevem ambos os tentáculos dos regimes comunistas, cuja aplicação dos princípios Marxistas descambaram para a constante vigia sobre o indivíduo, retirando qualquer margem de privacidade e de usufruto da própria vida.

Uma leitura que recomendo vivamente, e que dá que pensar nestes tempos em que tomamos a Democracia por garantida, que igualmente vem degenerando, desta feita, num exacerbado individualismo.

Obrigada, Ricky! ;o)

4.17.2008

a não perder



Outra pérola que aterra no atlântico para nossa delícia, a 17 de Maio! Eu cá desconfio que todas estas coisas boas que têm vindo ao Teatro para nos consolar o ouvido, têm o dedinho do Pascoal... bem hajas, jovem!
Eu vou!

4.16.2008

brand new



dead cab for cutie
i will possess your heart

O single de estreia para o novíssimo albúm Narrow Stairs, a ser lançado no próximo dia 13 de Maio. Há bandas assim, que nos deixam a salivar para ver o que se segue, como irão crescer.Não raras vezes acaba por ser decepcionante. Pois muito surpreendente é este aperitivo, pela sonoridade quase autista de quem parece não se importar com as regras comerciais das rádios. Senão vejamos, com mais de 8 minutos e um longo arranque instrumentral, está longe de ser o típico single com melodiazinha de ficar no ouvido. Percebe-se a sonoridade dos Dead Cab for Cutie, mas num registo majorado, evolutivo e de poucas cedências pop. Não sei se arrebanham desta forma novos fãs, mas aos seguidores penso que enche e supera as medidas. A mim, pelo menos. Para ouvir com atenção e frequência até chegar o restante que se espera a este nível.

veio-me um dia destes à ideia

uma comparação tão simples, tão simples, que não sei como é que ainda não vi isto escrito por lado nenhum. E muito a propósito da novela presidencial à Madeira, em que JJ brindou a nação com mais uma performance digna de Globo de Ouro para melhor Político de Entretenimento, aqui fica:

"No fundo o João Jardim é o Bush dos madeirenses"

Mas em pior. O que, convenhamos, é tremendamente difícil... Venha de lá esse Globo de Ouro!

a pedido de algumas famílias...

... vai-se escrever aqui qualquer coisita. Venho negligenciando o meu blog, é verdade, mas ao menos tratei de arranjar um porco espinho de guarda. Tem de haver forma de garantir a defesa deste meu canto e não ia imputar essa responsabilidade à minha gata, coitada, que já tem a casa para guardar. E isto de ter um pet virtual ainda é melhor que um Tamagochi, pelo que me pareceu, à partida, um bom partido. E giro que ele é, o meu Pikus. Mas esqueceram-se de me avisar que tinha de o educar antes, porque o rapaz parece que anda atrás de mim para todo o lado, leia-se, os blogs em que participo. E foi assim com surpresa que dei com ele a passear num espaço mais sério, completamente a despropósito... Uma vergonha tesa que eu passei, com direito a posts e um exercício de estilo à maneira. Apagar de lá o bicho pareceu-me uma falta de compaixão, logo a mim que sou toda pela defesa dos animais, virtuais incluídos. Talvez por ser Primavera e como se esta lição não me chegasse, estou inclinada a adoptar uma cadelinha para pôr no meu quintal, actual creche gratuita dos gatos da minha vizinhança que consideram ser aquele o recreio ideal de brincadeiras. Sou pela defesa dos animais, mas já ando farta deste rebuliço à minha porta e a minha gata então, que da idade tem menos pachorra ainda, queixa-se como pode (ver a imagem apensa como exemplo) da redução da sua qualidade de vida...
Por estes dias ando assim, ocupada com bichos para esquecer algumas bestas humanas. Rsssrsss...

3.27.2008

O que é feito da ovelha negra?

Veio-me outro dia uma ideia alucinada para um conto, a reformulação da história infantil do Lobo Mau que, neste novo lifting, seria vegetariano por remorsos de ter comido a ovelha negra do PSR. O conto ainda não saiu, mas fiquei a remoer o que seria feito do Partido Socialista Revolucionário. Para quem não saiba ou não se lembre, mas à malta da minha geração provavelmente diz qualquer coisa, na década de 90 era muito mais cool ser simpatizante do PSR do que hoje em dia qualquer das forças partidárias existentes, Bloco de Esquerda incluído. E porquê? Porque era de esquerda quando a direita governava, e, essencialmente, porque era do CONTRA. Sendo que a JCP também era fixe e o festival AVANTE muito apreciado, mas os dogmas eram sagrados e não se podiam levantar assim tantas questões sem se ser olhado de lado "esta gaja tá armada em reaccionária ou quê? Camarada, vá lá ler mais umas coisinhas para se elucidar!"
O PSR teve o mérito de agarrar estas franjas de juventude inquieta e pouco dada a verdades inquestionáveis. Sendo poucos os meios, era grande a criatividade, desde logo, pela reintrodução das pinturas murais como forma de propaganda política, que tinha entrado em desuso.
O que defendia o PSR, de uma forma simples, eficaz e altamente sedutora aos adolescentes? Coisas simples como a legalização do aborto, o fim da tropa obrigatória e da reforma educativa da altura. A tolerância era uma máxima, a paz um direito. Anti-racistas e anti-xenófobos, foram, que me lembre, a primeira força política a reinvindicar igualdade de direitos para homossexuais.
Nas legislativas de '91 surge aquela que viria a ser a mascote do PSR, a OVELHA NEGRA! Uma ovelha simpática, tipo BD, que que apelava a fugir ao rebanho, há lá melhor forma de cativar os jovens?!
Havia ainda o jornal COMBATE, que a malta lia com a mesma devoção do BLITZ. As reuniões a que assisti eram encontros, nem diria informais, mas caóticos. Era muita hormona no ar, muita criatividade a brotar, um brainstorming difícil de acompanhar. Havia sobretudo empenhamento e um ideal por um mundo melhor.
Lembro-me bem a 1ª vez que votei. Andava desejando aquele dia que parecia não chegar e, com um misto de sentido de responsabilidade cívica e imensa alegria, lá depositei o papelinho dobrado em quatro.

O PSR enquanto partido diluiu-se na criação do Bloco de Esquerda, assim como o Política XXI. Mas eis que, surpresa!, não morreu. Trnsformou-se em Associação Politica Socialista Revolucionária, que congrega militantes do Bloco de Esquerda. A revista COMBATE pode agora ser descarregada em versão PDF no site http://combate.info/

Neste mesmo site descobri ainda esta pérola, que não resisto a postar aqui, isso mesmo, uma "Escola de Formação Marxista". Gostava de ser mosca para poder ir lá espreitar a juventude que discutirá, nestes dias que correm, a Guerra Civil Espanhola e a actualidade do Che.

Mas fiquei contente, juro que fiquei. Sinto hoje a malta amorfa, a maioria sem qualquer tipo de espírito de intervenção política, agarrados às consolas video, aos telemóveis última geração, ao messenger, entretidos com bulling e a bater em professores. O que é feito de acreditar num ideal, numa utopia?

Não gosto nada de rótulos e, como tal, nunca achei importante rotular-me politicamente. Outro dia, em conversa com alguém mais sabedor nestas matérias, escutei um "ah, és como eu, és liberal". Fiquei a pensar nisso e depois desta curta investigação às reminiscências do meu acordar para a política, acho que descobri. Sou não conformista. Não me conformo com o estado das coisas, não me revejo em nenhum partido, discordo em grande ou menor parte, de todos eles. E penso que este legado me foi deixado pela simpática ovelha negra, que apesar de tudo, teimo em continuar a ser...

3.26.2008

Tenho andado a ouvir isto...



THE WOMBATS - LOST IN THE POST

Finalmente!

Conceito de "ilha sustentável" em estudo
Investigadores portugueses e do MIT-Portugal vão estudar a utilização de novas tecnologias energéticas nos Açores e Madeira que tornem viáveis o conceito de "ilha sustentável", adiantou à agência Lusa o secretário de Estado da Ciência e Tecnologia.
Em declarações à Lusa, Manuel Heitor explicou que para o efeito serão assinados protocolos entre o MIT-Portugal, universidades portuguesas e as agências regionais de Energia e Ambiente das regiões autónomas dos Açores (ARENA) e da Madeira (AREAM), no âmbito da Conferência Europeia do Massachussets Institute of Techonology (MIT), que se inicia quarta-feira pela primeira vez em Portugal. "Estes protocolos têm como objectivo o estudo e o desenvolvimento do conceito de 'ilha sustentável', com a utilização de novas tecnologias energéticas em ambientes insulares, com dependência energética crítica", disse Manuel Heitor. Segundo o secretário de Estado, "o MIT-Portugal e as agências regionais vão estudar a possibilidade de valorização de recursos energéticos endógenos que garantam que as ilhas em geral, e os Açores e a Madeira em especial, se tornem sustentáveis" do ponto de vista do seu consumo de energia.
Lusa / AO online Regional 2008-03-24 17:53


Fiquei verdadeiramente feliz ao ler esta notícia ontem, como há já muito não me acontecia ao folhear um jornal. Venho andando com esta ideia na cabeça, tanto se fala de energias renováveis, que uma ilha é, seguramente, o local ideal para se testar esta questão da sustentabilidade energética. Ideal porque de limites geográficos precisos, número de habitantes relativamente controlável e necessidades energéticas simples de serem quantificadas.
Aqui está uma área na qual os Açores poderiam tentar especializar-se, aproveitando ainda a estreita relação com os EUA e Canadá para estabelecer protocolos. Para além do paradoxo que é vender turismo de natureza ao mesmo tempo que não se a protege, todos ganhariam se os Açores se conseguissem colocar na linha da frente nesta matéria. Fazer assentar o crescimento económico sobre o turismo é perigoso, tenderá à massificação e devemos aprender com os erros dos outros, leia-se aqui, da Madeira.
Não vale a pena fingirmo-nos de avestruzes, o petróleo há-de mesmo acabar, o clima está mudando, o Homem continua a lixar este planeta. Quantas verdades inconvenientes teremos de ouvir até perceber que o futuro está (e só haverá) se investirmos em mudar comportamentos, mentalidades e promovermos "cabecinhas pensadoras" a investigar soluções alternativas?

Infelizmente o artigo menciona apenas o governo da república, ficamos sem saber qual a posição que o Governo Regional tem sobre esta matéria ou se vai deixar-se ficar quieto enquanto outros tratam dos seus problemas, o que equivale, neste caso, a deixar passar uma oportunidade de ouro...

3.18.2008

por outras retinas


Photo by Humberto Machado


3.03.2008

marcha lenta



Que responder à pergunta “então como estás?”. Tenho a quem, educada, respondo maquinalmente “bem, muito obrigado” ou variante. Mas volta e meia quem me interroga quer mesmo saber como me sinto. E não sei que dizer. Os amigos são poucos e para poupar, remeto-me a um “estou bem, estou bem” ao qual não consigo acrescentar entusiasmo. O entusiasmo esse, tem andado frequentemente fora da ordem do dia. Dos dias. Que se fundem e confundem, dia, noite, terça, quinta. Ando com a alma às avessas. Ando fugida, como o diabo da cruz, do peso do meu mundo pequenino, que me persegue tentando empoleirar-se-me nos ombros. Não consigo ver a metade cheia do copo, nem sede tenho. Estou a secar. E andei tanto para aqui chegar, finalmente liberta de paixões compulsivas, para descobrir, afinal, que é isso que me move, que despida sucumbo à inércia? Cada passo pesa mais e estatelo-me. Forço-me a levantar sempre, uma e outra vez. Em frente, camarada, em frente!

2.26.2008

cinemeu



Ontem fui ver o Sweeney Todd, mais recente obra da dupla Tim Burton/Johnny Depp, de quem sou fã incondicional, em parelha ou a solo. Confesso que não sou muito dada a musicais, pelo que acho que a narrativa podia ser mais falada e menos cantada na primeira parte do filme. Mas Depp surpreende pela sua bela voz, a juntar ao naipe de grandes atributos deste óptimo actor. A caracterização é 5* e a atmosfera do filme pesada, escura, densa e lindíssima. A segunda parte traz consigo a matança, muito sumo de tomate, apresentado de forma mais plástica que verosímil. O argumento é implacável e não deixa ao espectador qualquer paliativo no final, é assim mesmo, um filme negro. Um GRANDE filme, na minha opinião, imperdível.
Nota negativa para a confusão que é ir às salas Castello Lopes. Sou teimosamente leal ao Cine Solmar e com razão. A esta gente, que mais quer vender é pipocas, junta-se uma fauna pouco disciplinada, que se senta onde apetece, apesar de terem nas suas mãozinhas bilhetes com lugar marcado. Supostamente, pois uma vez que não há controlo na entrada da sala, é possível entrar à borla... Lá está, a pipoca é que é negócio! O pobre funcionário que apareceu para resolver a situação dos lugares, coitadinho, nem sequer tinha uma lanterna. Argh, é precisa pachorra!

2.25.2008

2.24.2008

e outra coisa tão boa, tão boa...

Aquela que considero, ainda, a melhor música de uma das minhas bandas de eleição. Foi logo no primeiro albúm, em 1991. O video não se fica atrás, filmado num único e contínuo shot.

Massive Attack - Unfinished Sympathy



E um grande xi-coração ao meu migo Fred, que sabe bem do que eu gosto e mandou o link!! É mesmo bom ter amigos que nos conhecem assim...

outro domingo...melhor...melhor!

Já Domingo outra vez? Esta semana voou e a verdade é que bem pedi aos santinhos que chegasse a Sábado, que já não podia... Há semanas que precisava de um clone meu. Duas de mim dariam bem conta do recado, uma só é que teso. Mas lá se passou e agora entramos, espero, nos eixos novamente. Que é uma forma de expressão, que são eixos de muita cilindrada, mas se assim fôr já não peço mais nada aos santinhos.
E é Domingo, outra vez. E neste Domingo não me apeteceu nada folgar de mim. Foi, aliás, um dia muito bem passado, na companhia inesperada de dois amigos do continente. Para ser mais precisa, um amigo que há muitos anos não via e um amigo dele. Diz que amigo do meu amigo, meu amigo é e assim foi. Três amigos, portanto, às volta pela ilha. Eu inchada de orgulho das maravilhas naturais que me enchem a alma e encantaram os visitantes, lá fui fazendo de guia turística. E respondendo a perguntas, daquelas inteligentes, que alguém faz quando quer saber mesmo sobre a vida num sítio.
Foi um Domingo bem passado, que nem soube a domingo. Envergonho-me de assumir que é uma pena ficar à espera de visitas para mergulhar nas paisagens que tanto amo. Que reafirmam a cada olhar que esta é a minha casa. "Home is where the heart is", and my heart is here. To stay.