Suponho que o facto de eu ter nascido no dia das primeiras eleições livres e democráticas em Portugal explique este meu lado revolucionário liberal de esquerda. Da lista de personalidades portuguesas que marcou a minha infância/adolescência alguns têm-me vindo a desiludir amargamente (a Helena Roseta surge-me logo à cabeça...). Outros finaram-se e mantêm o seu lugar cativo. Poucos, muito poucos, permaneceram fiéis a si próprios, convictos dos seus ideais sem se tornarem autistas ao mundo que os rodeia. Diria eu que estão envelhecendo bem. É o caso de Manuel Alegre, que voltou hoje a encher o meu peito de alegria, da genuína, num dia marcado por notícias más ou piores...
Apoderou-se de mim uma enorme satisfação por se continuar a revelar digno da admiração que lhe nutro. Por ele me revoltei aquando das últimas eleições presidenciais, em que o PS lhe retirou o apoio. Manuel Alegre não fraquejou e foi à luta. E hoje outra vez, quixotesco, desembainhou a espada contra os moínhos, não de vento, da discriminação. Com excepção do ex-lider da JS, Pedro Nuno Santos (o único deputado do grupo parlamentar socialista com autorização para quebrar a disciplina de voto relativamente ao diploma que permitiria o casamente entre pessoas do mesmo sexo), Manuel Alegre votou favoralmente. À revelia do partido. Sozinho.
"Voto com a minha consciência".
É esta fibra política e moral que faz dele o meu herói de hoje. E mais não lhe peço. Bem-haja!
Corvo: na ilha das aves a espiar o céu
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Leituras destes dias: "Costumo dizer que este é um turismo fora de época,
que apareceu sem termos de fazer fosse o que fosse, nem promoção, nada. São
pesso...
Há 2 semanas
1 comentário:
Apoiado. Ainda não me conformei com o facto de ele não ter sido eleito PR. Tem o perfil ideal. E não espuma dos cantos da boca nem faz comunicações despropositadas ao país. Enfim, pode ser que seja da próxima!
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