9.30.2008

o português surpreende-nos sempre

A propósito da coluna da minha querida amiga Maria, andei às voltas sobre o termo "lanzeira", que uso vulgarmente para designar a pasmaceira que sobre mim se abate de vez em quando...
Verificado o dicionário descubro "lãzeira", que designa uma doença do pelo das cabras. Boa, já aprendi mais uma coisinha hoje, assim pela fresquinha que é como faz bem.
Ora "lanzeira" não existe, apenas lazeira, o que significa que desde sempre introduzi neste vocábulo falado um "n" de graça. A língua oral é propensa a este tipo de coisa, em particular o português. Daí o título do post. Mas que podemos extrapolar para uma série de outra questões... a ver... ontem foi dia de eleições regionais. Mais de metade do povo não votou. Deixaram-se ficar nas suas lazeiras (ou será que sofrem de lãzeira?!). Talvez se deva culpar a crise, o preço do diesel não permite que a viatura familiar se desloque à escola primária lá da freguesia. E como a vida está cara, à cautela, vão-se poupando as solas dos sapatos.
A verdade é que a vitória estava contada. César, que não Júlio, tem na mão mais quatro anos de governação, e estes vão ser dificeis. Esperemos que não dê numa de Nero...

A vida está a doer e a coisa parece piorar a cada dia. Em cada dois açorianos, um prescindiu do seu direito de voto. Mas nenhum prescindirá do direito de se queixar.
O português surpreende-me sempre.

2 comentários:

Maria das Mercês disse...

fantástico post, muito inspirado! E obrigada pelo link e a referência, sinto-me orgulhosa! E sim, a abstenção assusta-me, foi muito alta, mas, como dizes, os que não votaram não se vão coibir de reclamar. Ai!!!!

Su disse...

epá, ao menos que tivessem votado "fora do quadradim"...
;-)