Conceito de "ilha sustentável" em estudo
Investigadores portugueses e do MIT-Portugal vão estudar a utilização de novas tecnologias energéticas nos Açores e Madeira que tornem viáveis o conceito de "ilha sustentável", adiantou à agência Lusa o secretário de Estado da Ciência e Tecnologia.
Em declarações à Lusa, Manuel Heitor explicou que para o efeito serão assinados protocolos entre o MIT-Portugal, universidades portuguesas e as agências regionais de Energia e Ambiente das regiões autónomas dos Açores (ARENA) e da Madeira (AREAM), no âmbito da Conferência Europeia do Massachussets Institute of Techonology (MIT), que se inicia quarta-feira pela primeira vez em Portugal. "Estes protocolos têm como objectivo o estudo e o desenvolvimento do conceito de 'ilha sustentável', com a utilização de novas tecnologias energéticas em ambientes insulares, com dependência energética crítica", disse Manuel Heitor. Segundo o secretário de Estado, "o MIT-Portugal e as agências regionais vão estudar a possibilidade de valorização de recursos energéticos endógenos que garantam que as ilhas em geral, e os Açores e a Madeira em especial, se tornem sustentáveis" do ponto de vista do seu consumo de energia.
Lusa / AO online Regional 2008-03-24 17:53
Fiquei verdadeiramente feliz ao ler esta notícia ontem, como há já muito não me acontecia ao folhear um jornal. Venho andando com esta ideia na cabeça, tanto se fala de energias renováveis, que uma ilha é, seguramente, o local ideal para se testar esta questão da sustentabilidade energética. Ideal porque de limites geográficos precisos, número de habitantes relativamente controlável e necessidades energéticas simples de serem quantificadas.
Aqui está uma área na qual os Açores poderiam tentar especializar-se, aproveitando ainda a estreita relação com os EUA e Canadá para estabelecer protocolos. Para além do paradoxo que é vender turismo de natureza ao mesmo tempo que não se a protege, todos ganhariam se os Açores se conseguissem colocar na linha da frente nesta matéria. Fazer assentar o crescimento económico sobre o turismo é perigoso, tenderá à massificação e devemos aprender com os erros dos outros, leia-se aqui, da Madeira.
Não vale a pena fingirmo-nos de avestruzes, o petróleo há-de mesmo acabar, o clima está mudando, o Homem continua a lixar este planeta. Quantas verdades inconvenientes teremos de ouvir até perceber que o futuro está (e só haverá) se investirmos em mudar comportamentos, mentalidades e promovermos "cabecinhas pensadoras" a investigar soluções alternativas?
Infelizmente o artigo menciona apenas o governo da república, ficamos sem saber qual a posição que o Governo Regional tem sobre esta matéria ou se vai deixar-se ficar quieto enquanto outros tratam dos seus problemas, o que equivale, neste caso, a deixar passar uma oportunidade de ouro...
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