Ilhas Revisitadas
-
Esta iniciativa assinala o centenário da publicação de As Ilhas
Desconhecidas de Raul Brandão, propondo uma homenagem crítica e poética à
obra e aos territ...
Há 2 semanas


Quando eu era pequenina, morávamos ali entalados entre a Baixa e o Castelo, ao Largo do Caldas, na mesma casa onde a minha mãe se fez mulher. Frequentei até à 3ª classe a antiga escola feminina nº 28, na Rua da Madalena. Era um prédio, não tinha recreio ao ar livre e as funcionárias desdobravam-se a organizar actividades em grupo para não se gerar o caos. Jogávamos ao lenço e à mensagem, numa escola sem condições, meninos ricos e meninos pobres, filhos das peixeiras das bancas do mercado do Caldas e filhos de advogados. Filhos da Revolução.
Enquanto ontem me empenhava em lides domésticas, a televisão debitava um noticiário da rtpN. Estaquei, um par de meias por dobrar nas mãos, com as declarações de Manuela Ferreira Leite no colóquio "Portugal em crise, que alternativa". Muito gostava eu de ter gravado as pérolas. Como não o fiz e também não consigo arranjar as ditas ipsis verbis na net, aqui ficam tal como as lembro, ressalvando que as vírgulas não estão, com certeza, no seu original lugar, mas o sentido está.
Faltam apenas umas horitas para se acabar o suspense. O mundo, envolto no caos económico e em guerras várias, vira os olhos para a América. O movimento de esperança e fé na mudança, que a máquina de Obama magistralmente orquestrou, colheu frutos que brotaram até fora de portas. Ele é a aposta da Europa. Um herói em África. A Obama-mania à escala global. Suponho que não há país que não desejasse ter o seu Obama, negro e tudo.