Já mais velha, percebi a ligação entre Israel e a religião Judaica. Infelizmente essa assunção coincidiu com outra guerra e muitos mortos. A ideia que passava é que Israel atacava e colonizava territórios limítrofes. Aparecia um senhor de lenço caricato na cabeça, uma data de vezes, a “pedir a retirada dos colonatos”. Como era possível, em poucas décadas, passarem de vítimas a vilões?
Quis o acaso que conversasse sobre este assunto sempre com pessoas de esquerda, não muito informadas sobre as raízes históricas da questão. Amadureci preconceitos e dei por mim com um “antipatia de estimação” aos israelitas. Não lhes perdoava, acima de tudo, a fraca memória e o pouco respeito que as suas atitudes demonstravam pelo horror do holocausto. Pior, este sentimento era mais ou menos transversal a quase todos os que conhecia. Devia ser, por isso, legítimo e como tal eu tinha razão, até porque escolhia o lado dos mais fracos e pobres.
Acontece que os palestinianos, qual David contra Golias, faziam a mossa que conseguiam, recorrendo, por exemplo, a atentados bombistas perpetrados por radicais. Israel, país rico e fortemente armado, respondia (e responde) como um elefante pousando em nenúfares. Será legítima a sua defesa? Seguramente. Será desproporcionada? Aparentemente sim, se contabilizarmos o número de mortes sofridos por ambas as partes e observarmos o enorme desequilíbrio de meios ao dispor.
Corvo: na ilha das aves a espiar o céu
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Leituras destes dias: "Costumo dizer que este é um turismo fora de época,
que apareceu sem termos de fazer fosse o que fosse, nem promoção, nada. São
pesso...
Há 3 semanas
6 comentários:
Gostei!
Muito interessante e inteligente, esta crónica (I e II) sobre o conflito. O pior é que quando se mata, quando a vida humana vale tão pouco como agora, ninguém tem razão. Outro dia dei por mim a pensar na morte: não a morte de alguém em particular (apesar das imensas saudades do meu pai!), mas na morte como instituição. Como força motriz. Como elemento de troca. Se calhar, a morte, hoje em dia, vale mais que a vida. Não sei. Desde a mãe que assassina os seus filhos até ao estado exterminador, a morte tem um papel demasiado preponderante. E sem retorno.
palavras sábias, Maria.
bj
Querida, é isso mesmo. Dói a alma, não é?
Texto muito bom, Su! Escrito por uma grande cabecinha, que sabe muito bem o que pensa e o que diz!
grazie, querida!
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